Dois agentes são acusados de cometer o crime contra uma jovem de 20 anos, que pegou carona com eles em Diadema em março
A Polícia Civil de São Paulo indiciou nesta quarta-feira (16) dois policiais militares suspeitos de estuprarem uma jovem de 20 anos, que pegou carona com eles depois de um bloco de Carnaval. O caso ocorreu em Diadema, região metropolitana de São Paulo, no dia 2 de março.
Os agentes do 24º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (BPM/M) respondem por estupro de vulnerável.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, os dois seguem presos no Presídio Militar Romão Gomes. Ainda de acordo com a pasta, eles prestaram depoimento à autoridade responsável pela investigação no 26º Distrito Policial (Sacomã).
“As apurações seguem em andamento também pela Polícia Militar. A instituição reitera seu compromisso com a legalidade e a transparência, assegurando que qualquer desvio de conduta será apurado e punido com o devido rigor”, diz a nota.
O caso
De acordo com a Polícia Militar, o cabo James Santana Gomes e o soldado Léo Felipe Aquino da Silva cumpriam escala de serviço naquela noite e, durante o patrulhamento, foram solicitados pela jovem para que a levassem a algum terminal de ônibus. Eles teriam levado a mulher até o Terminal de Ônibus Piraporinha, onde perguntaram a um funcionário do terminal informações sobre qual ônibus ela deveria utilizar para chegar à sua residência.
Ainda de acordo com o relato dos PMs, eles pediram à jovem que desembarcasse da viatura, e ela teria se exaltado, informando que não ficaria naquele local. Em seguida, ela teria ameaçado os policiais, dizendo que diria aos seus superiores que os agentes tinham cometido o estupro. Ainda de acordo com os PMs, eles acessaram a Avenida do Estado e a deixaram em um ponto de ônibus.
Ao GLOBO na ocasião, a mãe da jovem, que pediu anonimato por medo de retaliação, negou a versão da PM. Ela afirmou que a filha foi abusada pelos dois PMs no banco de trás da viatura, e que havia bebidas alcoólicas dentro do veículo. Depois de estuprarem a moça, de acordo com ela, colocaram a jovem descalça e sem nenhum pertence para fora da viatura.
As câmeras corporais dos dois policiais militares não foram acionadas durante os fatos relatados pela vítima. Eles retiraram de seus uniformes as câmeras corporais que portavam por cerca de uma hora.
Quando a câmera corporal não é acionada, como foi o caso, não grava o som ambiente. Não há material das câmeras corporais relevante para a investigação. As únicas imagens à disposição dos investigadores são do celular da vítima, que não têm informações conclusivas.
Fonte: O GLOBO