O presidente dos EUA, Donald Trump, altos funcionários do governo e do Partido Republicano devem se reunir no Arizona no próximo domingo (21) para homenagear o ativista conservador Charlie Kirk.
Mas o funeral, que acontecerá nos arredores de Phoenix, representará um enorme teste para as autoridades policiais, especialmente o Serviço Secreto dos EUA, uma agência que já enfrenta muita pressão e tensão.
Ainda não se sabe se o memorial será designado como um evento nacional de segurança especial, o que proporcionaria recursos adicionais do governo federal, trabalhando em conjunto com as autoridades estaduais e locais.
“O Serviço Secreto se junta à nação para oferecer nossas mais profundas condolências à família e amigos de Kirk”, disse o porta-voz do Serviço Secreto, Anthony Guglielmi, em um comunicado.
“O planejamento conjunto de segurança está em andamento para o memorial e funeral de Charlie Kirk, e informações apropriadas relacionadas à segurança pública serão fornecidas conforme o processo for se desenvolvendo nos próximos dias”, acrescentou Guglielmi.
O State Farm Stadium tem capacidade para mais de 63 mil pessoas, e a inscrição para participar do evento é aberta ao público, exigindo nome, e-mail, celular e CEP.
O estádio — casa do time de futebol americano Arizona Cardinals — tem teto retrátil, o que significa que pode ser fechado ou aberto.
O memorial, anunciado no sábado pela organização de Kirk, a Turning Point USA, está sendo montado rapidamente, com a polícia chegando ao local, posicionando dispositivos de segurança, inspecionando o interior e o exterior do espaço e preparando um plano completo para combater os riscos.
“Este local pode ser visto como um alvo atraente para um agente hostil devido à sua visibilidade. O potencial de ser interrompido por uma série de ameaças diferentes, ou mesmo pela ameaça de uma ameaça, é algo em que as autoridades policiais precisam realmente se concentrar e, em seguida, implementar os protocolos de mitigação imediatamente”, disse Jonathan Wackrow, ex-agente do Serviço Secreto dos EUA e colaborador da CNN, especializado em gestão de riscos.
Isso exigirá esforços para mitigar a possibilidade de incidentes como veículos colidindo com multidões e ameaças biológicas, o posicionamento de atiradores de elite dentro e fora da arena e a proteção de figuras importantes, como o Secretário de Estado Marco Rubio, que indiciou que provavelmente comparecerá.
Cautela em eventos públicos
Desde o assassinato de Kirk, diversas campanhas ou grupos políticos já cancelaram eventos por excesso de cautela.
À medida que as eleições de meio de mandato se aproximam, os candidatos serão cada vez mais forçados a ponderar a necessidade de se conectar com eleitores e potenciais eleitores em relação à realidade de exercer a política em um momento de crescentes ameaças, tentativas de ataque e assassinatos.
O evento também acontece em um momento único de extrema exigência para o Serviço Secreto.
Trump e a primeira-dama Melania Trump devem viajar ao Reino Unido para uma visita de Estado esta semana, antes da cerimônia, o que exigirá recursos no exterior.
E um dos maiores eventos que o Serviço Secreto apoia anualmente, a Assembleia Geral das Nações Unidas, acontecerá no início da próxima semana na cidade de Nova York. A agência é responsável pela proteção de mais de 100 dignitários estrangeiros em visita.
Embora a reputação do Serviço Secreto dos EUA seja de precisão, vigilância e segurança, a realidade tem sido mais complicada: um ambiente de trabalho de alto estresse e alta intensidade, que às vezes é afetado por problemas de gestão e logística.
“Isso vai levar o Serviço Secreto ao seu limite”, disse o ex-agente do Serviço Secreto dos EUA. “Todos estão envolvidos — mas há vários grupos.”
Com recursos finitos, a agência pode ter que reduzir sua prontidão em uma área para garantir outra, disse Wackrow.
Fonte: Cnn Brasil