O vereador e ex-secretário municipal da Saúde de Curvelândia (311 km de Cuiabá), Roberto Serenini (PL), permanece em prisão preventiva após ter seu pedido de habeas corpus negado. A decisão proferida nesta quarta-feira (23) pelo desembargador Gilberto Giraldelli, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). Preso no dia 04 de setembro, ele é suspeito de traficar 52 quilos de cocaína em um micro-ônibus da secretaria com destino a Cuiabá.
A defesa do parlamentar argumentou que a prisão preventiva foi ancorada em “meras denúncias anônimas”. Além disso, a ordem para a troca de ônibus, usada para apontar o envolvimento de Serenini no crime, “se encaixa nas atribuições administrativas” do cargo, até então ocupado pelo parlamentar. Por decisão do prefeito, Jadson Souza (União), ele foi exonerado da pasta no mesmo dia em que foi preso.
Entenda o caso
No dia 18 de agosto, o micro-ônibus que transportava pacientes para tratamento médico, foi abordado por policiais próximo ao Trevo do Lagarto em Várzea Grande, após denúncias anônimas de tráfico. Os 52 quilos, divididos em 50 tabletes, estavam em caixas de supermercados escondidas no bagageiro. Conforme informações da Polícia Civil, o até então secretário teria ordenado a troca de veículo na noite anterior da viagem, ou seja, no dia 17 de agosto.
Ainda segundo investigações, o bolsonarista teria ido até o local em que o ônibus estava e apagado imagens das câmeras de segurança. Após passar por perícia, foi constatado a exclusão de arquivos que mostravam a movimentação no pátio da unidade. Além disso, ele teria também entrado em contato com o motorista responsável pela viagem e ordenado a troca de pacientes horas antes do trajeto.
A defesa, porém, argumenta que “há falha inadmissível na cadeia de custódia”, o que colaboria com a tese levantada de que a droga poderia ter sido inserida por terceiros. Para defender a liberdade de Serenini, o pedido ainda tentou sustentar a ideia de que existe uma ausência de elementos concretos que mostram a ligação do parlamentar com a carga de cocaína. Porém, o juiz decidiu pelo indeferimento do pedido, afirmando que é um caso complexo e que apesar dos argumentos utilizados para derrubar a prisão preventiva, é necessário maior apuração e investigação para definir se realmente é uma prisão ilegal. Para o magistrado, a soltura de Serenini é uma ação, até o momento, desaconselhada.
Fonte: RD News




