A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou, na manhã desta terça-feira (21), a terceira fase da Operação Código Seguro, que tem como alvo uma organização criminosa com atuação em diversos estados do país. O grupo é investigado por obter e comercializar dados sensíveis e desenvolver ferramentas utilizadas em fraudes e outros crimes cibernéticos.
Ao todo, 48 ordens judiciais foram expedidas pelo Núcleo de Justiça do Juiz de Garantias de Cuiabá, com base em investigações da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI). Entre as medidas estão 7 mandados de prisão, 15 de busca e apreensão, 15 de afastamento telemático, três retiradas de sites do ar, sete exclusões de canais no Telegram, uma retirada de grupo de WhatsApp e o sequestro de valores superiores a R$ 5,9 milhões.
Os mandados são cumpridos em 9 estados fora de Mato Grosso, nas cidades de São Paulo (SP), Francisco Alves (PR), Fortaleza (CE), Riachão (MA), Cabo Frio (RJ), Jaraguá do Sul (SC), Lauro de Freitas e Apuarema (BA), Manaus (AM) e Coronel Murta (MG).
As investigações, coordenadas pelos delegados Gustavo Godoy Alevado e Guilherme Rocha, começaram em 2023, após o acesso indevido a sistemas policiais utilizando credenciais vazadas. As duas primeiras fases da operação foram realizadas em julho e novembro de 2024.
Fraudes e atuação em larga escala
Com base no material apreendido nas fases anteriores, a Polícia Civil identificou que o grupo atuava inicialmente na manipulação de informações veiculares, obtendo ilegalmente dados de sistemas governamentais restritos para adulterar sinais identificadores de veículos furtados ou roubados, com o objetivo de “esquentá-los” e reinseri-los no mercado como se fossem regulares.
No entanto, o avanço das investigações revelou que a organização também praticava outros tipos de fraudes virtuais, como clonagem de cartões de crédito, comércio de dados sigilosos e o uso de sites e canais no Telegram e WhatsApp para operar os esquemas criminosos.
Os criminosos ainda utilizavam plataformas de apostas esportivas e corretoras de criptomoedas para lavar o dinheiro obtido ilicitamente, simulando ganhos legais. Além disso, praticavam fraudes contra aplicativos de transporte, empresas de recarga de celular utilizando cartões clonados para obter serviços de forma indevida.
O delegado Guilherme Fachinelli, titular da DRCI, destacou que esta nova fase representa um marco importante no combate aos crimes informáticos em Mato Grosso.
“A operação demonstra, de forma inequívoca, a capacidade técnica e operacional da Delegacia de Repressão a Crimes Informáticos em identificar, mapear e desarticular organizações criminosas que atuam em larga escala no ambiente virtual. Nosso trabalho é preservar a segurança dos dados, a integridade das instituições e o patrimônio da sociedade”, ressaltou o delegado.