Castro diz a Moraes que inquérito investiga fraudes em remoção de corpos

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Rio de Janeiro (RJ), 08/11/2023 – O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro durante evento de assinatura de acordo para criação do Comitê de Inteligência e Recuperação de Ativos (CIFRA) e entrega de novas viaturas à Polícia Militar, no Palácio Guanabara, na zona sul da capital fluminense. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil  • Ascom/RJ

Em relatório encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), informou nesta segunda-feira (3) que foi instaurado um inquérito para apurar suspeitas de fraude na remoção de corpos de mortos da megaoperação realizada na semana passada, antes da realização da perícia oficial.

“Diante da remoção e descaracterização de corpos antes da atuação pericial, fato amplamente noticiado na mídia e que dificultou a preservação do local –, instaurou-se inquérito na 22ª Delegacia de Polícia da Penha para apurar eventual crime de fraude processual”, diz o governador no relatório.

A megaoperação policial realizada pela Polícia Civil e Polícia Militar do Rio de Janeiro, no último dia 28 de outubro, deixou 121 mortos nos Complexos da Penha e do Alemão.

Castro afirmou que houve dificuldades na preservação da cena e na conservação de vestígios para a perícia, em razão das medidas adotadas pelas autoridades para garantir a segurança dos policiais durante a operação.

“Tratava-se de área de mata de difícil acesso, o que comprometeu a integridade da cena. Ademais, foi amplamente noticiado que corpos foram removidos e descaracterizados por terceiros antes da atuação pericial”, relata.

“Ressalte-se, ainda, que não houve preservação inicial do cenário pelos policiais envolvidos em razão da ofensiva contínua dos criminosos, com intenso confronto e ataques às forças de segurança, o que impediu a estabilização da área e a atuação da Delegacia de Homicídios da Capital e da perícia técnica, ante a ameaça concreta à segurança de agentes públicos e da população”, completa.

Segundo o relatório, os criminosos portavam armas, como fuzis automáticos de uso militar de alto calibre, além de pistolas e granadas. Conforme o governador, o armamento confiscado tem valor superior a R$ 12 milhões.

Nesta segunda, Castro foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes, relator temporário da chamada ADPF das Favelas, no CICC (Centro Integrado de Comando e Controle), na Cidade Nova, região central da capital fluminense. O encontro durou cerca de 2h30min.

Durante a audiência, o governador do Rio apresentou dados sobre o planejamento e a execução da megaoperação.

Segundo o relatório, 99 pessoas foram presas e houve a apreensão de armamentos pesados e duas toneladas de maconha.

O governo também afirma que a operação observou rigorosamente as diretrizes constitucionais e as determinações da chamada ADPF das Favelas, incluindo o uso de câmeras corporais e o acompanhamento do Ministério Público.

Fonte: Cnn Brasil