Pistoleiros executam indígena em MS com tiro na cabeça

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Cartuchos recolhidos por indígenas após ataque  • Comunidade de Pyelito Kue

Cerca de 20 homens armados atacaram, neste domingo (16), um grupo de indígenas na TI (Terra Indígena) Iguatemipeguá, na cidade de Iguatemi (MS), pelo menos uma pessoa morreu, outras quatro ficaram feridas.

Segundo o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), os homens eram pistoleiros e executaram, com um tiro na cabeça, Vicente Fernandes Vilhalva Kaiowá e Guarani, 36, os assassinos ainda tentaram levar o corpo do indígena, para não deixar rastros, mas foram impedidos pela comunidade.

A Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) confirma o assassinato de Vicente, e cobra uma investigação “rigorosa e uma ação conjunta para combater os grupos de pistoleiros que atuam na região”, afirma o órgão.

Segundo as autoridades de segurança do Mato Grosso do Sul, um dos pistoleiros também era indígena.

Vicente Fernandes Vilhalva Kaiowá e Guarani foi • Comunidade de Pyelito Kue

 

A execução acontece em meio a retomada de territórios dos indígenas Guarani Kaiowá na região, que lutam pelo espaço contra a diminuição de agrotóxicos, que adoecem a população, além de gerar insegurança hídrica e alimentar.

De acordo com a apuração do Cimi, autoridades podem estar envolvidas nesse tipo de ataque.

“Há indícios de que policiais militares e do Departamento de Operações de Fronteira (DOF) estejam envolvidos no ataque da agromilícia. Entre os feridos, três foram atingidos por bala de borracha – a utilização deste tipo de armamento é destinada às forças de segurança pública com restrições ao uso privado”, diz trecho do posicionamento do Cimi.

Por outro lado, a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) afirma que por questão jurídica a polícia não estava na região. “Um indígena suspeito de ser o autor do crime, que também foi ferido, já foi detido e encaminhado pela Polícia Militar à policia federal. Por decisão judicial, a PM não fazia a segurança ostensiva na área”, trecho da nota.

A CNN Brasil tenta contato com o governo do Mato Grosso do Sul, mas até o momento não obteve retorno. O espaço segue aberto.

Fonte: Cnn Brasil